O que é Coaching?

O que é Coaching?

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Minha logo linda, criada por uma amiga!

Muitas pessoas estão vindo me perguntar o que é Coaching e mesmo já tendo publicado um texto sobre isso há um tempo, resolvi escrever um novo para abranger todas as questões que estão me perguntando e atualizar a minha concepção sobre esse processo, pouco mais de 2 anos de estar formada e de ter escrito esse primeiro texto.

Vou começar contanto só um pouco de como cheguei aqui e depois falo do Coaching em si.

Confesso que antes de aparecer a oportunidade de fazer a formação em Coaching, esse nunca foi um objetivo meu. Eu mesma fiz um processo em 2012, que foi bastante transformador na minha vida, mas nunca pensei em mudar do papel de coachee (que é como se chama o “cliente” no Coaching) para o papel de coach (que é quem conduz as sessões). Então, como foi que cheguei até aqui?

Depois que eu participei como palestrante no CONAEI (um congresso online) em maio de 2014, a convite da Paula Quintão, senti falta de um título para me apresentar, até que eu conclua o curso de Psicologia. Porque há tempos eu escrevo sobre a vida, sobre a importância de refletir, sobre escolhas, mas quem sou eu para falar sobre isso? Sim, títulos não garantem quase nada na vida de uma pessoa, mas pra mim, ficava essa falta. E eu também sei que esse questionamento do “Quem sou eu para…” é reflexão para a vida toda, mas naquele momento, eu sentia falta de um registro mais formal daquilo que eu vinha fazendo de forma um tanto “natural”.

Bom, por “coincidência”, a Dulce Magalhães, filósofa, coach, palestrante, escritora e consultora de negócios, que é amiga da minha mãe (e que infelizmente, fez sua passagem no começo desse ano) resolveu ministrar uma formação de Coaching para compartilhar toda sua bagagem de conhecimento. Como eu já era super fã dela, tanto como profissional (ela é autora de vários livros que adoro) quanto como pessoa (ela é inexplicavelmente iluminada e aplica na sua própria vida aquilo que acredita e compartilha) e como minha mãe se ofereceu para investir na minha formação (ela também fez comigo, assim como a pessoa que foi minha coach lá em 2012), mais do que aceitei a oportunidade porque era o que eu julgava importante no momento e estava logo ali ao meu alcance.

Assim, em outubro de 2014, me formei como coach, inclusive com certificação internacional do Global Accreditation Board for Coaching (dado depois de um processo aonde fiz 3 atendimentos de Coaching e mandei todo o relatório das sessões), que me permite atuar internacionalmente e que me classificou como membro do corpo global de Coaches profissionais. Porém, como em seguida tive meu segundo filho e estava no meio da minha segunda graduação, acabei não exercendo a formação. Até esse ano de 2017, quando voltei a pensar no assunto. Ao retornar para a terapia no final de 2016, tocamos em algumas questões que eram totalmente bloqueadas pra mim. Reconhecer meu potencial e ganhar dinheiro com isso, era uma delas. Eu não me sentia merecedora, capaz e não me imaginava cobrando por uma sessão, por exemplo. Junto com isso, meu marido veio com a ideia de eu usar uma sala comercial que meus pais tem e que estava vazia, pra fazer minhas tão sonhadas rodas de mães, reuniões políticas, escrever… Enfim, movimentar o espaço e porque não, a minha vida! Aí uma coisa foi se juntando com a outra, eu pensei nesse espaço e senti vontade de começar a atender como coach, soltei essa possibilidade no blog, duas seguidoras já me procuraram, eu comecei a amadurecer a ideia, trabalhei isso com mais atenção na terapia, fiz uns exercícios mentais (repetir “eu me permito” é um deles) e marquei a primeira sessão! Assim mesmo, em questão de dias, fiz um movimento que demorou anos pra acontecer. A sala ainda não estava pronta, o material também não e nem uma sequência de como eu conduziria o processo, mas eu marquei a sessão (dei o primeiro passo) porque precisava vencer o famoso impedimento do “quando a sala estiver pronta, eu começo” ou “quando eu ler todos os livros de Coaching e preparado o material mais top, eu começo”. Porque eu via que era algo que eu queria, que algo dentro de mim vinha pedindo isso, mas que “outro algo” me bloqueava e me provocava pânico só de pensar em dizer o valor de uma sessão ou do primeiro contato com alguém totalmente desconhecido.

Da primeira sessão, que aconteceu no dia 10 de abril, até agora, já foram mais alguns atendimentos e eu já tenho 8 coachees, no total. As que atendi já me deram um feedback muito positivo das movimentações que produzimos nas suas vidas e eu me sinto muito realizada em fazer parte disso. Claro que ainda tenho frio na barriga e provavelmente terei por um bom tempo, mas estou confiante e me capacitando cada vez mais para ter uma grande variedade de ferramentas que auxiliem nesses processos de mudanças que elas desejam promover nas suas vidas. Algumas pessoas me perguntam se depois que eu me formar em Psicologia, continuarei como coach e eu respondo que não sei. Venho aprendendo a traçar objetivos, mas não querer controlar tudo o que acontece. Por enquanto, estou muito bem assim e é no agora, que vou pensar. Continuo me dedicando à faculdade e tanto o que eu estudo me auxilia muito no Coaching (estimular a autonomia do outro, as singularidades, as influências dos sistemas), como os atendimentos vem enriquecendo meus estudos na Psicologia (escutar o outro, acessar seus sofrimentos…).

Agora, vamos ao que seria o Coaching. Se vocês procurarem em livros e na internet, encontrarão várias definições, mas basicamente, e da forma como eu entendo, Coaching é um processo que tem alguns objetivos como: facilitar a definição de propósitos com clareza e objetividade, apoiar o coachee a definir o que realmente é importante para ele, descobrir e desenvolver competências para a realização do que ele definir como propósitos, trabalhar as crenças que ele construiu sobre si mesmo e transforma-las em crenças que sustentem e apoiem as mudanças pretendidas e as que ele julgar necessárias. A minha formação trabalha em cima de 3 pilares: autoconhecimento, que seria você se conhecer, pensar suas forças e fraquezas, o que pode estar te impedindo de mudar, seus valores e critérios de decisão, autoestima, que seria a forma como você se avalia, como você se enxerga e o quanto acredita em si mesmo, e autoresponsabilização, que seria o quanto você se enxerga responsável e implicada naquilo que possa estar te incomodando. Falando assim, parece que é um processo fácil, objetivo e bonito, mas nem sempre é assim. Por vezes, é difícil olharmos para nós mesmos e mais, nos responsabilizarmos de alguma forma, pelas nossas escolhas. No Coaching, não são aprofundadas questões de cunho psicológico (e como estudante de Psicologia, sei quando estarei cruzando as fronteiras de competência). O coach apresenta ferramentas para que o coachee se planejar melhor, pense de forma mais clara sobre os seus objetivos e perceba capacidades e potencialidades que ele já tem e que, às vezes, não usa.

A maioria dos profissionais trabalha com pacotes fechados de sessões, mas como estou começando a atender agora, não consigo pensar num número fechado de sessões necessárias. Em geral, marco a primeira sessão e dali, a pessoa decide se está pronta e se deseja sessões semanais ou mensais. Também posso atender questões pontuais como pensar melhor sobre uma decisão específica, organizar um Life Plan….

Sobre o meu modo de trabalhar o Coaching… Acho que dentro de uma formação, você pode seguir por vários caminhos. Claro, se atendo aos princípios básicos e métodos, mas encontrando a sua forma de trabalhar. Assim, eu pretendo trabalhar com um Coaching não tão motivacional. Não pretendo “vender” felicidade e satisfação à qualquer custo.

E outra coisa importante de deixar clara, o coach não é um vidente e nem tem o poder de transformar a sua vida. Se você não estiver aberto, interessado e disponível, nenhuma pessoa, livro, curso ou viagem, te farão

Quando eu digo e repito que o meu processo em 2012 foi um divisor de águas na minha vida, até fico receosa porque pode parecer que foi tipo uma mágica. Mas não! Houve muito sofrimento, muitas fichas caindo, muitas lágrimas, eu me dedicava aos exercícios e queria aquela transformação. Minha coaching super questionava todas as minhas escolhas até perceber que elas eram genuínas e bem trabalhadas.

Espero ter sanado as possíveis dúvidas e deixado claro o que eu penso sobre o Coaching. Antes de qualquer manifestação, deixo claro que essa é só a minha visão! Não desconsidero outros pontos de vista, mas como esse é um texto escrito por mim, através da minha pessoa e não uma explicação geral sobre o que é o Coaching, esse é o máximo que posso fazer.